15.11.07

Número 241

HINO AO BANDEIRA *

 

Até onde eu saiba, o Árbitro Auxiliar de Futebol, popular Bandeirinha, raramente ascende ao estrelato. Mesmo a virulência da imprensa tende a recair preferencialmente sobre o portador do apito. Uma recente exceção, a bela Ana Paula, apenas confirma a regra. Mas, convenhamos: ela virou celebridade muito mais em função de atributos não laborais, estampados na Playboy. Com justiça, é certo.

 

Compadecido com a eterna posição coadjuvante destes profissionais destemidos (sim, experimente ficar de costas para milhares de pessoas que podem discordar da sua opinião), me lancei à empreitada de compor-lhes um hino.   E, como já existe o nosso belo Hino à Bandeira, tirei proveito realizando pequenas adaptações. Espero, assim, estar homenageando estes auxiliares para lá de imprescindíveis para o bom espetáculo esportivo. Os árbitros que o digam! Vamos ao hino:

 

Salve lindo pendão na esperança/De que o jogo transcorra em paz

Tua nobre presença à lembrança /A grandeza das regras nos traz

 

Percebe o acerto que se encerra/No erguer firme, viril

Querido é símbolo que flagra/Impedido, quem ninguém mais viu

 

De tua vista do campo demarcas/Se a bola, inteira, cruzou

Outra linha, no centro das metas/Validando ou não mais um gol

 

Percebe o acerto que se encerra... (refrão)

 

Contemplando o trio perfilado/Compreendemos o vosso dever

Auxiliar quem está imbuído/De toda autoridade e poder

 

Percebe o acerto que se encerra... (refrão)

 

Sobre a imensa nação brasileira/Nos momentos de festa ou de dor

Pegas sempre, sagrada bandeira/Na banheira, mais um jogador

 

Percebe o acerto que se encerra... (refrão)

 

Bom, para quem estranhou o tema, explico: a crônica acima foi escrita sob encomenda para veicular no jornal Marca da Cal de agosto de 2007 – publicação do Sindicato dos Árbitros do Estado do Rio Grande do Sul. De parabéns Carlos Eugênio Simon, Presidente, pelo espaço sempre reservado à literatura.

 

Mas, qual a razão de ela estar aqui, agora? É por tê-la apresentado para alguns estudantes em Feiras do Livro escolares como exemplo de crônica que utiliza uma paródia. E, para a minha surpresa, por nenhum aluno ter mostrado o mais remoto conhecimento sobre o Hino à Bandeira (apesar de todos os professores terem ao menos a melodia de cor). Aproveito, então, a passagem do Dia da Bandeira – 19 de novembro – para compartilhar com vocês a minha preocupação: onde andará o civismo?

 

* Paródia do Hino à Bandeira, de Francisco Braga e Olavo Bilac.

 

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