NOEL NÃO EXISTE
Eu sei que essa polêmica sobre Papai Noel existir ou não é tão velha quanto piada sobre peru de Natal. Porém, me dei ao trabalho de recolher evidências mais do que suficientes para convencer até mesmo os mais crédulos de que o Bom Velhinho, por mais doloroso que seja, não existe. Vejamos:
Primeiro, quem acharia plausível que um garoto propaganda (e garoto, aqui, soa com muita ironia) ostentasse tamanho sobrepeso em uma época de evidente culto ao corpo? Como pode essa figura ilustre ainda não ter sofrido alguma pressão das entidades ligadas à saúde para deixar de estimular o acúmulo de gordura abdominal, fator de risco às doenças cardiovasculares? Bom velhinho, de verdade, mantém o peso sob controle através de dietas orientadas e exercícios moderados. Mesmo assim, Noel segue brilhando como um ídolo. Por isso, afirmo: esse cara não existe!
Outra: nenhuma de minhas roupas, por mais clássicas que sejam, sobrevive ao tempo sem as máculas da mudança de moda. Seja pelo corte, pelo tecido ou caimento, tudo na indústria do vestuário pede atualização. Sem parar, crescem e diminuem as ombreiras; alargam e estreitam as golas dos casacos e as bocas das calças; sobem e baixam as cinturas; cores vão e voltam... Só o jaquetão vermelho do Papai Noel, suas calças largas, cinto preto de fivela quadrada e gorro (gorro!) de pompom seguem firme. Nem os uniformes dos times de futebol, cuja expressão “uniforme” presumiria longevidade, deixam de ser atualizados. Logo, esse fenômeno fashion natalino, que atende pelo nome de Noel, só pode não existir!
Mas não para por aí. O que diriam meus amigos se eu ainda dirigisse o Corcel 1977 com o qual prestei exame de motorista? Carro muito bom para a época, típico de classe média, não tinha injeção eletrônica, freios ABS, air-bag, vidros elétricos, desembaçador, ar-condicionado, cintos retráteis, apoio de cabeça nos bancos e outros inúmeros itens normais na atualidade. Automóveis como esse foram batizados pelo Collor de “carroças”, lembram? Só Papai Noel não avalia a possibilidade de aposentar seu velho trenó movido por força animal. Então, já viram um homem que jamais pensa em trocar de veículo? Realmente, não existe!
E a barba? Se não for por preceitos religiosos, ninguém mais usa barbas longas hoje em dia. Lembrou do Fidel? Eu também! Mas, sejamos justos: o líder cubano não é parâmetro seguro para quem deseja defender tendência de comportamento. Se o Papai Noel existisse de verdade, já teria sido aconselhado a aparar a barba, como bem manda o visual do momento. Ou mesmo raspar, o que faria Noel rejuvenescer uns cinquenta anos... Além do mais, as mulheres pós-feminismo, seguras do que desejam, andam pouco pacientes com os companheiros barbudões. E um camarada que resiste firme e por tanto tempo à pressão feminina para uma aparadinha na barba não existe.
Por fim, minha tese ganha força lembrando a inquietação que a letra da antiga canção natalina já nos trazia: “Como é que Papai Noel, não esquece de ninguém?”. Do tempo em que foi composta para cá, a população humana cresceu aos milhões, espalhada em cada canto do planeta. A medicina, por sua vez, demonstrou para onde vai a memória com a chegada do Alzheimer. E, nessas todas, como crer que, “Seja rico, seja pobre, o bom velhinho sempre vem?” Nada me faz pensar que alguém desligado de sua saúde, barba por fazer, que não se importa em vestir sempre a mesma roupa e nem pensa em trocar de veículo, vai investir num computador. Avaliando sem paixões, com a quantidade de trabalho que dá atender todas crianças, alguém que confia simplesmente na memória, sinceramente, existe?
PS para o caso de o Noel estar lendo: velhão, você não existe, mesmo!
Eu sei que essa polêmica sobre Papai Noel existir ou não é tão velha quanto piada sobre peru de Natal. Porém, me dei ao trabalho de recolher evidências mais do que suficientes para convencer até mesmo os mais crédulos de que o Bom Velhinho, por mais doloroso que seja, não existe. Vejamos:
Primeiro, quem acharia plausível que um garoto propaganda (e garoto, aqui, soa com muita ironia) ostentasse tamanho sobrepeso em uma época de evidente culto ao corpo? Como pode essa figura ilustre ainda não ter sofrido alguma pressão das entidades ligadas à saúde para deixar de estimular o acúmulo de gordura abdominal, fator de risco às doenças cardiovasculares? Bom velhinho, de verdade, mantém o peso sob controle através de dietas orientadas e exercícios moderados. Mesmo assim, Noel segue brilhando como um ídolo. Por isso, afirmo: esse cara não existe!
Outra: nenhuma de minhas roupas, por mais clássicas que sejam, sobrevive ao tempo sem as máculas da mudança de moda. Seja pelo corte, pelo tecido ou caimento, tudo na indústria do vestuário pede atualização. Sem parar, crescem e diminuem as ombreiras; alargam e estreitam as golas dos casacos e as bocas das calças; sobem e baixam as cinturas; cores vão e voltam... Só o jaquetão vermelho do Papai Noel, suas calças largas, cinto preto de fivela quadrada e gorro (gorro!) de pompom seguem firme. Nem os uniformes dos times de futebol, cuja expressão “uniforme” presumiria longevidade, deixam de ser atualizados. Logo, esse fenômeno fashion natalino, que atende pelo nome de Noel, só pode não existir!
Mas não para por aí. O que diriam meus amigos se eu ainda dirigisse o Corcel 1977 com o qual prestei exame de motorista? Carro muito bom para a época, típico de classe média, não tinha injeção eletrônica, freios ABS, air-bag, vidros elétricos, desembaçador, ar-condicionado, cintos retráteis, apoio de cabeça nos bancos e outros inúmeros itens normais na atualidade. Automóveis como esse foram batizados pelo Collor de “carroças”, lembram? Só Papai Noel não avalia a possibilidade de aposentar seu velho trenó movido por força animal. Então, já viram um homem que jamais pensa em trocar de veículo? Realmente, não existe!
E a barba? Se não for por preceitos religiosos, ninguém mais usa barbas longas hoje em dia. Lembrou do Fidel? Eu também! Mas, sejamos justos: o líder cubano não é parâmetro seguro para quem deseja defender tendência de comportamento. Se o Papai Noel existisse de verdade, já teria sido aconselhado a aparar a barba, como bem manda o visual do momento. Ou mesmo raspar, o que faria Noel rejuvenescer uns cinquenta anos... Além do mais, as mulheres pós-feminismo, seguras do que desejam, andam pouco pacientes com os companheiros barbudões. E um camarada que resiste firme e por tanto tempo à pressão feminina para uma aparadinha na barba não existe.
Por fim, minha tese ganha força lembrando a inquietação que a letra da antiga canção natalina já nos trazia: “Como é que Papai Noel, não esquece de ninguém?”. Do tempo em que foi composta para cá, a população humana cresceu aos milhões, espalhada em cada canto do planeta. A medicina, por sua vez, demonstrou para onde vai a memória com a chegada do Alzheimer. E, nessas todas, como crer que, “Seja rico, seja pobre, o bom velhinho sempre vem?” Nada me faz pensar que alguém desligado de sua saúde, barba por fazer, que não se importa em vestir sempre a mesma roupa e nem pensa em trocar de veículo, vai investir num computador. Avaliando sem paixões, com a quantidade de trabalho que dá atender todas crianças, alguém que confia simplesmente na memória, sinceramente, existe?
PS para o caso de o Noel estar lendo: velhão, você não existe, mesmo!
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